sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Final do Estudo Seres Espirituais Criados!

ANGELOLOGIA
Final
Rev. Dale Robson Silva.
10/11/2010

VIII - O ANJO DO SENHOR - Há várias referências Bíblicas sobre aparições do Anjo do Senhor, sendo este um ensino da maior importância, pois são estas aparições teofanicas, mais especificamente teofanias em que Deus se apresentava em forma humana. Há no Antigo Testamento 62 referências ao Anjo do Senhor (ou à variante Anjo de Deus), sendo a primeira em (Gn 21:17), quando o Anjo de Deus aparece a Agar no deserto. O Anjo do Senhor apareceu por várias vezes executando tarefas destinadas aos anjos ordinários, ou seja, trazendo mensagens de Deus, protegendo o povo de Deus e suprindo suas necessidades.
Contudo, apesar de várias controvérsias entre os eruditos quanto a este assunto específico, devemos aqui estabelecer a identidade do Anjo do Senhor, como sendo pré-encarnações de nosso Senhor Jesus Cristo. Para tanto trataremos alguns pontos que sempre distinguem as aparições do Anjo do Senhor de aparições de outros anjos:
1 - Um dos pontos mais relevantes quanto a esta questão, é que no contexto do Novo Testamento, não há sequer uma referência a "o Anjo do Senhor". Sempre que ocorre referência a "Anjo do Senhor", esta se faz como "um anjo do Senhor" e nunca como "O Anjo do Senhor". Esta substituição diz muito em sua aplicação direta, pois, ser "UM", é ser um entre muitos, e ser "O" é ser único do gênero. No texto grego não encontramos o artigo definido "O" anexo à palavra aggelov (aggelos), colocando todas as referências com exceção de Atos 7:30, na condição de um em muitos, e não de único em sua espécie. É importante tomarmos esta posição, especialmente em vista de (1 Tm 3:16), pois Deus já havia se manifestado em carne, tornando estas ocorrências como aparições de um de seus anjos.
2 - O Anjo do Senhor aceitou a adoração de Josué. Um anjo comum não admite ser adorado, como pode bem ser visto nas passagens em (Ap 19:10 e 22:8-9). A instrução é clara: "Adora a Deus". Anjos têm clara noção de sua posição e não admitem que os homens os adorem. Se o "Anjo de Deus" que apareceu a Josué não fosse o próprio Deus (segunda pessoa da trindade), não teria aceitado, de forma alguma, a adoração de Josué.
3 - Em Juízes 13:15-22 temos:"Então Manoá disse ao Anjo do SENHOR: Ora deixa que te detenhamos, e te preparemos um cabrito. Porém o Anjo do SENHOR disse a Manoá: Ainda que me detenhas, não comerei de teu pão; e se fizeres holocausto o oferecerás ao SENHOR. Porque não sabia Manoá que era o Anjo do SENHOR. E disse Manoá ao Anjo do SENHOR: Qual é o teu nome, para que, quando se cumprir a tua palavra, te honremos? E o Anjo do SENHOR lhe disse: Por que perguntas assim pelo meu nome, visto que é maravilhoso? Então Manoá tomou um cabrito e uma oferta de alimentos, e os ofereceu sobre uma penha ao SENHOR: e houve-se o Anjo maravilhosamente, observando-o Manoá e sua mulher. E sucedeu que, subindo a chama do altar para o céu, o Anjo do SENHOR subiu na chama do altar; o que vendo Manoá e sua mulher, caíram em terra sobre seus rostos. E nunca mais apareceu o Anjo do SENHOR a Manoá, nem a sua mulher; então compreendeu Manoá que era o Anjo do SENHOR. E disse Manoá à sua mulher: Certamente morreremos, porquanto temos visto a Deus".
Esta passagem nos esclarece vários pontos. O primeiro a ser levado em conta é o nome do Anjo do Senhor, que é Maravilhoso. Ora, vemos em Isaías 9:6, que Maravilhoso é nome dado ao menino que nos foi dado por Deus para salvação do homem. Alem disto vemos o próprio reconhecimento de Manoá (pai de Sansão) de que o Anjo do Senhor que lhe havia aparecido era Deus. Vemos também o Anjo do Senhor subindo na chama do altar, tipologia para o sacrifício que a segunda pessoa da trindade, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, viria a fazer por todos os homens.
Por todas estas razões devemos entender com firmeza e clareza que O Anjo do Senhor (ou o Anjo de Deus) no Antigo Testamento é sim, e sem dúvidas nosso Senhor Jesus Cristo.
IX - ANJO DA GUARDA - A esse respeito Gruden diz: As escrituras claramente nos dizem que Deus envia anjos para nos proteger: “Aos seus anjos dará ordem a teu respeito para que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra” (Sl 91.11-12). Mas algumas pessoas foram além desta idéia de proteção geral e perguntam se Deus não concede um “anjo da guarda” para cada pessoa do mundo, ou pelo menos para cada cristão. Fundamento para está idéia se encontra nas palavras de Jesus sobre as criancinhas (Mt 18.10). Porém, nosso Senhor talvez simplesmente quisesse dizer que os anjos incumbidos da tarefa de proteger as criancinhas têm acesso direto à presença de Deus. Quando os discípulos dizem em Atos 12.15 que é o “anjo” de Pedro quem deve estar batendo à porta, isso não implica necessariamente crença em um anjo da guarda individual. Quem sabe um anjo estivesse guardando ou protegendo Pedro apenas naquele momento específico. Não parece haver, portanto, fundamento convincente para a ideia de “anjos da guarda” individuais no texto das Escrituras.

X - NOSSA RELAÇÃO COM OS ANJOS – As Escrituras deixam claro que Deus quer que nos mantenhamos conscientes da existência dos anjos e da natureza das suas atividades. Não devemos, portanto, supor que a doutrina Bíblica sobre os anjos não tem absolutamente nada que ver conosco hoje. Antes, a vida dos cristãos se enriquece em vários aspectos pela consciência da existência e do ministério dos anjos no mundo de hoje. Quando de repente nos vemos livres de um perigo ou angústia, podemos suspeitar que Deus enviou anjos em nosso socorro e devemo-nos mostrar gratos. Um anjo fechou a boca dos leões para que não devorassem Daniel (Dn 6.22), libertou os apóstolos da prisão (At 5.19,20), mais tarde libertou Pedro da prisão (At 12.7-11) e ministrou a Jesus no deserto num momento de grande fraqueza, imediatamente depois de encerradas as tentações (Mt 4.11). Quando um carro se desvia pouco antes de nos atingir, quando de repente achamos um apoio que nos livra de ser arrastados pela forte correnteza de um rio, quando saímos ilesos depois de passar por uma região perigosa da cidade, não devemos com razão suspeitar que Deus enviou seus anjos para nos proteger? Pois não promete a Bíblia (Sl 91.11,12)? Não devemos, portanto, agradecer a Deus por enviar seus anjos para nos proteger nessas ocasiões? Parece-nos correto fazê-lo.
XI - PRECAUÇÕES A TOMAR NA NOSSA RELAÇÃO COM OS ANJOS
1 - RECUSE-SE A RECEBER FALSAS DOUTRINAS DE ANJOS – A Bíblia alerta-nos para o perigo de receber falsas doutrinas de supostos anjos: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (Gl 1.8). Paulo faz esse alerta porque sabe que existe a possibilidade de fraude. Diz: “O próprio Satanás se transforma em anjo de luz” (2 Co 11.14). Do mesmo modo, o profeta mentiroso que enganou o homem de Deus em 1 Rs 13 disse: “um anjo me falou por ordem do Senhor dizendo: “faze-o voltar contigo a tua casa, para que coma pão e beba água” (1 Rs 13.18). Contudo, o texto Bíblico acrescenta imediatamente, no mesmo versículo: “Porém mentiu-lhe”.
Todos esses são exemplos de falsas doutrinas ou orientações transmitidas por anjos. É interessante notar que esses exemplos mostram a clara possibilidade de que agentes satânicos nos tentem, procurando-nos levar a desobedecer os claros ensinos Bíblicos ou mandamentos de Deus (1Rs 13.9). Esses alertas devem evitar que qualquer cristão se deixe enganar, por exemplo, pelo argumento dos mórmons, que dizem que um anjo (Morôni) falou a Joseph Smith e lhe revelou os fundamentos da religião mórmon. Tal “revelação” é contrária aos ensinamentos das Escrituras em muitos pontos (com respeito, por exemplo, às doutrinas da Trindade, da Pessoa de Cristo e da justificação somente pela fé, entre muitas outras coisas), e os cristãos devem ser alertados contra a aceitação desses argumentos. O encerramento do Canon das Escrituras deve também nos servir de alerta de que Deus não mais fará nenhuma revelação doutrinária, e qualquer pessoa que hoje alegue ter recebido novas revelações doutrinárias de anjos deve ser imediatamente rejeitada.
2 - NÃO ADORE ANJOS, NEM LHES DIRIJA ORAÇÃO, NEM OS PROCURE – O “culto de anjos” (Cl 2.18) era uma das falsas doutrinas ensinadas em Colossos. Além disso, o anjo que falou a João no livro de Apocalipse exorta o apóstolo a não adorá-lo: “Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantém o testemunho de Jesus; adora a Deus” (Ap 19.10).
Tampouco devemos orar aos anjos. Devemos orar somente a Deus, pois só Ele é capaz de ouvir as orações de todos os seus filhos ao mesmo tempo. Se orássemos aos anjos, estaríamos implicitamente atribuindo a eles posição igual a Deus, coisa que jamais devemos fazer. Não há exemplos em toda a Bíblia de alguém que ore a algum anjo, ou que peça socorro a anjos. Além disso, as Escrituras não nos dão nenhuma garantia de que, se os buscarmos, os anjos aparecerão. Eles se manifestam sem que sejam procurados. Nosso papel, antes, é nos dirigirmos ao Senhor, que é o comandante de todas as hostes angélicas.
Chegamos ao fim do nosso breve estudo sobre ANGELOLOGIA e, como não poderia deixar de ser, concluiremos o assunto discorrendo sobre o destino final dos anjos bons.
Então, de acordo com a Escritura sagrada, temos sobejas razões para crer que os anjos bons continuarão servindo a Deus por toda a eternidade. Na visão que João teve da Nova Jerusalém, que certamente pertence a uma era futura, e que está evidentemente destinada a continuar para sempre com o novo céu e a nova terra (Ap 21.1,2), ele viu anjos diante das doze portas da cidade (Ap 21.12). Se pelo menos alguns anjos vão estar servindo, não há razão alguma para não crer que todos os anjos bons continuarão assim nos lugares que foram para eles designados.


Nota- A Bibliografia será apresentada na terceira parte da série de estudos

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