quarta-feira, 27 de outubro de 2010

3º Parte do Estudo Seres Espirituais Criados.

ANGELOLOGIA
3ª Parte
Rev. Dale Robson Silva

V – A CLASSIFICAÇÃO DOS EXÉRCITOS CELESTIAIS – A revelação especifica certos grupos assim como diversos indivíduos importantes entre os anjos. Menção foi feita a cinco principais representações de supremacia entre esses seres, a saber: Tronos, Domínios, Principados, Potestades e Poderes (Ef. 1.21; 3.10; Cl 1.16; 2.10; 1ª Pd 3.22). Estes nomes não indicam diferentes espécies de anjos, mas diferenças de classe ou de dignidade entre eles.

a) Tronos – referem-se a seres angélicos cujo lugar é na presença imediata de Deus. Esses anjos são investidos de poder real que exercem sob a autoridade e supervisão de Deus.

b) Domínios - parecem estar próximos dos Tronos em dignidade e serviço.

c) Principados - parecem se referir a governantes sobre povos e nações distintos. Assim, Miguel é tido como o príncipe de Israel (Dn 10.21; 12.1); assim lemos também a respeito do príncipe da Pérsia e do príncipe da Grécia (Dn 10.20).

d) Potestades - são possivelmente autoridades subordinadas, servindo sob uma das outras ordens. São investidos de responsabilidade imperial.

e) Poderes - àqueles que exercem supremacia.

Embora haja similaridade nessas designações, pode ser suposto, que a representação é feita por esses títulos para uma dignidade incompreensível e variados graus de posição. As esferas celestiais de governo excedem os impérios humanos como o universo excede a terra.

Dividem-se os anjos em duas grandes classes: os anjos bons e os anjos maus. As Escrituras indicam que há várias subdivisões dentro dessas duas classes. Passaremos, portanto a estudar a classe dos anjos bons.
Destes, há quatro tipos: Querubins, Serafins, Arcanjo e Seres Viventes.

1. Querubins – O título querubim fala da posição alta e santa e da responsabilidade deles porque ela está relacionada proximamente ao trono de Deus e porque são defensores do caráter santo e da presença de Deus. Diz-se frequentemente que o próprio Deus está entronizado acima dos querubins, ou viaja com os querubins por carro (Sl 18.10; Ez 10.1-22). Os querubins aparecem primeiro no jardim do Éden após o homem ter sido expulso e como protetores para que o homem não tornasse a poluir a santa presença de Deus (Gn 3.24). Eles aparecem novamente como protetores, em imagens douradas, sobre a arca da aliança onde Deus se agradava em habitar (Êx 25.17-20). Louis Berkhof, eminente teólogo reformado diz: “Mais que outras criaturas, eles foram destinados a revelar o poder, a majestade e a glória de Deus, e a defender a santidade de Deus no jardim do Éden, no tabernáculo, no templo e na descida de Deus à terra.”

2. SERAFINS – Os serafins constituem uma classe de anjos proximamente relacionada com a anterior. São mencionados somente em Isaías 6.2,6. Também são representados simbolicamente em forma humana, mas com seis asas, duas cobrindo o rosto, duas os pés, e duas para a pronta execução das ordens do Senhor. Diferentemente dos querubins, permanecem com servidores em torno do trono do Rei celestial, cantam louvores a Ele e estão prontos a fazer o que Ele manda. Enquanto que os querubins são os anjos poderosos, os serafins podem ser considerados os nobres entre os anjos. Ao passo que aqueles defendem a santidade de Deus, estes atendem ao propósito da reconciliação, e assim preparam os homens para aproximar-se apropriadamente de Deus.
3. ARCANJOS – O termo arcanjo só ocorre duas vezes nas Escrituras: (1 Ts 4.16; Jd 9); mas há outras referências para ao menos um arcanjo, Miguel. Ele é o único a ser chamado de arcanjo. Ele aparece comandando seus próprios anjos (Ap 12.7) e como príncipe do povo de Israel (Dn 10.13,21; 12.1). Os arcanjos parecem ter a responsabilidade específica de proteger e fazer prosperar a Israel (Dn 10.13,21; 12.1); de derrotar Satanás e seus anjos (Ap 12.7-12); e de anunciar o retorno de Cristo para os seus (1 Ts 4.16-18).

4. SERES VIVENTES – Wayne Gruden, teólogo Batista, diz: “Ezequiel e Apocalipse nos falam de ainda outro tipo de criaturas celestes, conhecidas como “Seres Viventes”, que circundam o trono de Deus (Ez 1.5-14; Ap 4.6-8). Com os seus semblantes de leão, boi, homem e águia, representam os seres poderosos de partes diversas de toda a criação divina (animais selvagens, animais domesticados, seres humanos e pássaros) e adoram a Deus continuamente: “Não tem descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir” (Ap4.8).

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

2º Parte do Estudo Seres Espirituais Criados.

ANGELOLOGIA
2ª PARTE
Rev. Dale Robson Silva.

INTRODUÇÃO– Angelologia [Do gr. Angelos, mensageiro, enviado; E lógia, estudo ou tratado racional] Parte da teologia sistemática que se dedica à doutrina dos seres angélicos. Inclui-se, nesta doutrina, o estudo da origem, função, classificação e caráter dos anjos.
Como vimos na introdução, a designação, anjos – seja “mal´ak” do hebraico do Antigo Testamento ou “angelos” do grego do Novo Testamento – significa “mensageiro”.

I - SUA EXISTÊNCIA - As mitologias de quase todas as nações antigas falam em tais seres. A mitologia babilônica pintava-os como deuses que transmitiam mensagens dos deuses aos homens. A mitologia grega e romana tinha seus gênios, semideuses, faunos, ninfas e náiades, que visitavam a terra. Hesídio, depois de Homero o poeta grego mais antigo, escreveu: “Milhões de criaturas espirituais andavam pela terra.” No Egito e nas nações orientais acreditava-se em tais criaturas sobre-humanas e invisíveis. Essa crença é quase universal. As mitologias são ecos débeis e distorcidos de um conhecimento primevo comum possuído pela raça humana.
Do Gênesis ao Apocalipse os anjos de Deus são mencionados com destaque; 108 vezes no Antigo Testamento (Sl 68.17; 104.4; Dn 8.15-17) e 165 vezes no Novo Testamento (Mt 13.41; 18.10; Mc 8.38; Lc 22.43; Ef 1.21; Hb 1.13; 1 Pd 3.22; Jd 9; Ap 12.7; 22.8,9). São vistos por toda a história sagrada. Suas atividades no céu e sobre a terra, no passado, são registrados em ambos os Testamentos, como também suas futuras manifestações são profeticamente reveladas.
Os anjos não existem desde sempre; fazem parte do universo que Deus criou (Ne 9.6; Sl 148.2,5). O apóstolo Paulo nos diz que Deus criou todas as coisas, “as visíveis e as invisíveis” (Cl 1.16).
As escrituras por vezes usam outros termos para denominar os anjos, como “filhos de Deus” (Jó 1.6; 2.1), “santos” (Sl 89.5,7), “espíritos” (Hb 1.14), “vigilantes” (Dn 4.13,17,23), “tronos, soberanias, principados, potestades e poderes” (Ef 1.21; Cl 1.16).
Diante de tantas evidências, concluímos que, a Escritura Sagrada não faz nenhuma tentativa deliberada de provar a existência dos anjos, mas a assume de capa a capa, e em seus livros históricos repetidamente nos mostra os anjos em ação. Ninguém que se incline diante da autoridade da Palavra de Deus pode duvidar da existência dos anjos.

II - A CRIAÇÃO E O MODO DE EXISTÊNCIA DOS ANJOS - Nas escrituras não encontramos nada além de pistas. Precisamos nos resignar com o fato de Deus não nos ter dado muita informação sobre o momento da criação dos anjos. Especular sem claras informações Bíblicas nos parece inútil. No entanto, em Êxodo 20.11 lemos: “Em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou”. Logo pressupomos que os anjos foram criados até o sexto dia da criação, pois, de acordo com Jó 38.4-7, “rejubilavam todos os filhos de Deus quando Ele lançava os fundamentos da terra….”.
Os anjos não são sujeitos à morte ou qualquer forma de extinção; não se casam nem se dão a casamento (Mt 22.30), entretanto, eles não diminuem como também não aumentam.
A morada dos anjos é igualmente um assunto definitivo de revelação. Essa vasta ordem de seres espirituais com todas as suas classificações tem morada e centros fixos para as suas atividades. Pelo uso da frase “os anjos que estão no céu” (Mc 13.32), Cristo definitivamente assevera que os anjos habitam as esferas celestiais. Paulo escreve: “ainda que um anjo do céu” (Gl 1.8). Nos lugares celestiais, conforme a carta aos Efésios, estão os principados e as potestades, um exército inumerável de anjos. Deus os criou, e os fez espíritos e os revestiu de corpos adaptados à sua natureza espiritual, mas também lhes atribuiu lugares de morada. É também significativo e importante que a frase “o exército dos céus” pode ser entendida tanto como estrelas quanto como exércitos de anjos; “o Senhor dos exércitos” tem também esse significado duplo, pois Ele é o Senhor das estrelas e o Senhor dos anjos.

III - O NÚMERO DOS ANJOS - A alusão ao número dos anjos é um dos superlativos da Bíblia. Eles são ali descritos como multidões “que nenhum homem poderia contar”.
Cito aqui o Dr. Cooke, onde ele reúne o testemunho Bíblico sobre o número de anjos: “ Ouça o que Miquéias (1 Rs 22.19), Davi (Sl 68.17), Eliseu (2 Rs 6.17), Daniel (Dn 7.10), Lucas (Lc 2.13), Jesus (Mt 26.53) e João ( Ap. 5.11).
Se esses números forem tomados literalmente, eles indicam 202 Bilhões; todavia, eles são somente uma parte do exército celestial. Por isso, em Hebreus 12.22 lemos não a respeito de qualquer número limitado e definido, conquanto grande, mas de “miríades de anjos”.

IV - A NATUREZA DOS ANJOS - Ao aceitarmos o fato dos anjos, naturalmente desejamos saber em seguida algo mais a respeito de sua natureza. Este assunto é uma questão de revelação e não de especulação filosófica. Observamos que:

1) SÃO SERES CRIADOS – Os anjos não são seres eternos como Deus, nem auto-existentes, porém criados (Sl 148.2,5).

2) SÃO SERES ESPIRITUAIS – Os anjos, em sua forma comum, são espírito sem corpo físico. Isso, entretanto, não nega a possibilidade de sua materialização (Hb 1.13,14; Ef 6.12).

3) SÃO SERES PESSOAIS – Aos anjos são atribuídas características pessoais; são inteligentes, dotados de vontade e atividade (2 Sm 14.20; 2 Tm 2.26; Ap 22. 8,9; 12.12).

4) SÃO SERES QUE NÃO SE CASAM – Não se casam nem se dão em casamento. As Escrituras em parte alguma ensinam que os anjos sejam seres assexuados. O ensino que infere das Escrituras é que o “Gênero”, na ordem angélica é masculino. Essa inferência se baseia no uso de pronomes do gênero masculino em referências aos anjos. Os nomes dos anjos são poucos e limitados nas Escrituras, mas, os que são dados parecem ser nomes masculinos. Notem-se o seguinte: Gabriel, Miguel, Satanás, Abadon (Dn 8.16.17; Lc 1.12,29,30; Ap 12.7; 20.1; 22.8,9).
As Escrituras, não obstante, ensinam que o casamento não é uma ordem ou um plano de Deus para os anjos.

domingo, 17 de outubro de 2010

Oração!!

Espírito Santo,
tu és a alma de minha alma!
Adoro-te humildemente.
Ilumina-me,
fortalece-me,
guia-me,
consola-me.
Revela-me quanto corresponde
aos planos de eterno Pai.
Revela-me teus desejos.
Faze-me conhecer o que o
amor eterno deseja de mim.
Faze-me conhecer o que devo fazer.
Faze-me conhecer o que devo sofrer.
Faze-me conhecer o que devo,
em silêncio, modéstia e reflexão,
aceitar, suportar e aturar.
Sim, Espírito Santo, faze-me
conhecer tua vontade e a vontade do Pai,
pois quero que toda a minha vida não seja senão
um contínuo e perpétuo
Sim aos desejos, à vontade do Pai eterno
Amém.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A Palavra para Hoje!

"Portanto, se realmente vivemos sob a acçao do Espírito , sigamos fielmente as suas indicações, a sua inspiação." Gálatas 5:25

Charles Spurgeon disse."Se nao procuramos o Senhor, o diabo procura-nos." E ele apanha-nos quando nao estamos preocupados com nada, quando estamos distraídos, cheios de nós mesmos.
Se queremos mesmo viver totalmente para Deus, aprende com o que escrito em Gálatas 5:19-23.
Porque os resultados de uma vida que se entrega aos seus instintos naturais sao bem conhecidos:são a imoralidade e sensualidade, são a ânsia insaciável de prazeres carnais é também o culto a ídolos, a prátia de bruxarias e inimizades, disputas invejas, irritações, sectarismo, falsas doutrinas;críticas e ódios que trazem a morte e o assassíno, bebedeiras e glutonarias, e tudo o mais semelhante a estas coisas, sobre as quais ja vos disse, e repito que os praticam e se entregam a elas nunca poderão herdar o reino de Deus. Mas o fruto que o Espírito produz em nós é; o amor a alegria a paz a paciência a bondade a delicadeza no trato com os outros a fidelidade a brandura o domínio de sí próprio. Em relação àqueles que vivem desta maneira, a lei nem sequer tem necessidade de existir.
Encontra satisfação em DEUS e não em tí próprio.

Um ótimo dia a todos,e que a presença de Deus em suas vida faça toda a diferença.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

1º Parte do Estudo Seres Espirituais Criados.

PRIMEIRA IGREJA EVANGÉLICA BATISTA DE PONTA DELGADA
SÉRIE DE ESTUDOS BÍBLICOS
SERES ESPIRITUAIS CRIADOS
Rev. Dale Robson Silva
12/10/2010

INTRODUÇÃO – A verdade de que há uma ordem de seres celestiais totalmente distinta da humanidade e da divindade, que ocupa um estado exaltado acima da presente posição do homem caído, é o ensino de muitos textos da Escritura.
Apesar de a Escritura ter muito a dizer sobre os anjos, há, hoje em dia, uma negligência dessa doutrina que muitas vezes chega a ser uma rejeição.
Várias coisas têm contribuído para essa atitude. Primeiro, há adoração que os gnósticos prestavam aos anjos (Cl 2.18); depois vêm as especulações muitas vezes ridículas dos estudiosos da Idade Média que entre outras coisas se debatiam com questões tais como: “Como muitos anjos poderiam permanecer simultaneamente sobre a ponta de uma agulha (relação de anjos ao espaço); ou se um anjo poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo”; e finalmente, vem a crença exagerada em bruxaria dos tempos mais recentes.
No entanto, há muitas razões para se crer em anjos.
Esses seres celestiais são mencionados ao menos 108 vezes no Antigo Testamento e 165 no Novo Testamento.
O próprio Senhor Jesus disse muito a respeito dos anjos (Mt 22.30).
Depois, a evidência de possessão demoníaca e adoração a demónios em países pagãos. Paulo parece considerar a idolatria do mundo como adoração a demônios (I Co 10.20- 21). Temos ainda a prática do espiritualismo, da necromancia e a consulta de espíritos familiares (Dt 18.10-12; Is 8. 19-20). Por últimos, a obra de Satanás e dos espíritos maléficos, atrapalhando o progresso da graça em nossos próprios corações e a obra de Deus no mundo (Ef 6.12). É desse conjunto enorme de textos da Escritura, que podemos construir a doutrina sobre os anjos.
A designação anjos – seja mal´ak do hebraico do Antigo Testamento ou angelos do grego do Novo Testamento – significa “mensageiro”.
O termo “anjo”, em seu sentido literal sugere a idéia de ofício – o ofício de mensageiro, e não a idéia da natureza do mensageiro. Por isso é que lemos em Lucas 7.24: “tendo-se retirado os mensageiros” – no original, “anjos”……. Parece que, quando a Bíblia foi escrita, era tão comum que algum ser espiritual superior fosse divinamente enviado como mensageiro aos homens, que esse ser, com o decorrer do tempo, passou a ser chamado “anjo”, ou seja, “mensageiro”. É fácil, igualmente, perceber que a ordem de seres a que o mensageiro pertencia, veio também a ser chamada de “anjos”. O termo “anjo” sendo usado para designar um espírito que leva uma mensagem, também era empregado para descrever espíritos semelhantes, ainda que não fossem encarregados de transmitir mensagens. Dessa maneira, os exércitos celestes são chamados de “anjos” ainda que, talvez, relativamente poucos dentre seu vasto número se ocupam em entregar mensagens”.
Na verdade, podemos dar aos anjos a seguinte definição: Anjos são seres espirituais criados, dotados de juízo moral e alta inteligência, mas desprovidos de corpos físicos.
Portanto, em geral não podemos vê-los, a menos que Deus nos de a capacidade especial de enxergá-los (Nm 22.31; 2 Rs 6.17; Lc 2.13). São invisíveis nas suas atividades normais de nos guardar e proteger (Sl 34.7; 91.11; Hb 1.14), e de se unir a nós na adoração a Deus (Hb 12.22). Contudo, de quando em quando os anjos assumiam uma forma corpórea, aparecendo a diversas pessoas das Escrituras (Mt 28.5; Hb 13.2).
Nossa série de estudos se dividirá em: 1- Angelologia; 2- Satanologia; 3- Demonologia.

Mensagem do Dia.

Quando tu disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração disse a ti: O teu rosto, SENHOR, buscarei.
Salmos 27:8
Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus;
Hebreus 9:24

terça-feira, 12 de outubro de 2010

De David & Cleonice Botelho

Querido(a) amigo (a),

Nós não estamos conformados com o atual quadro missionário brasileiro, na realidade, estamos indignados. Por favor, leia por que?

No final dos anos 80 havia um crescimento de 12.8% no envio de missionários, mas no meio daquela década apresentou-se uma diminuição drástica para 3.5% (Sepal). O resultado desta diminuição começa a aparecer célere na maioria das agências missionárias.



Nas conversas com líderes dessas organizações o que ouvimos é que nunca na história receberam um número tão pequeno de candidatos. Isto leva muitos ao desânimo, pois o custo aumenta muito quando o treinamento é feito com poucos candidatos. Por isto, algumas agências já não fazem treinamento por algum tempo.

Contudo, entendo que outros líderes que estão à frente de algumas associações acham um exagero sermos alarmistas diante desse caos. Ora, o que temos procurado é mostrar apenas a realidade.

Nosso objetivo é trabalharmos juntos para tentar mudar esta realidade que temos diante de nós. Que realidade?

1 - Economia brasileira ascendente ainda não é a resposta


Acreditamos piamente que precisamos de profetas para nos despertar e a nos levar a amar a obra missionária transcultural, principalmente aos povos menos evangelizados da terra, ou seja, os que nunca ouviram a mensagem das Boas Novas nenhuma vez. Esta mensagem é o Evangelho do Reino que deverá e será pregado a todas as gentes, como proclamou nosso Senhor Jesus.

Sim, os que nunca ouviram o Evangelho do Reino precisam ouví-Lo pelo menos uma vez. Oswald Smith, pastor da Igreja dos Povos em Toronto - Canadá no século passado cuja igreja sustentava centenas de missionários perguntou e sua pergunta deve ecoar hoje em nossos ouvidos e corações:

“Por que uma pessoa tem o direito de ouvir o Evangelho duas vezes, enquanto outras nunca ouviram sequer uma vez?”.



Como igreja no Brasil não podemos, de maneira nenhuma, queixar da falta de recursos econômicos. Em 2002 o salário mínimo que correspondia a 75 dólares agora é de aproximadamente U$ 280. Isto poderia hipoteticamente e proporcionalmente ter aumentado o envio de obreiros aos povos da Janela 10-40 em mais de três vezes.

Em pouco mais de duas décadas o Brasil se tornou em uma das maiores economias do mundo e a igreja evangélica aumentou cerca de quatro vezes em tamanho. E o número de missionários enviados?

2 - Os pastores e a leitura das Escrituras


A Sociedade Bíblica Ibero Americana patrocinou uma pesquisa em profundidade durante seis meses, na cidade de São Paulo, com centenas de pastores e líderes evangélicos de várias denominações, que espontaneamente, participaram de entrevistas e responderam a um questionário específico.

Ao final da tabulação dessa pesquisa concluiu-se que 51% destes pastores e líderes ainda não haviam lido totalmente – ao menos uma vez – qualquer versão das Sagradas Escrituras.

Se a maioria dos pastores nunca leu uma vez sequer o manual de ensino, o guia sagrado, como pode entender e amar a obra missionária transcultural?

Como pode compreender a questão do recrutamento, treinamento e envio de missionários?

Como podem entender a importância de sustentar adequadamente aqueles que se prontificam a irem aos lugares mais inóspitos e esquecidos da terra?

Será que conhecem o Evangelho do Reino? Será que percebem que não poderão crer os milhões e milhões que nunca ouviram a Palavra do Senhor?

Compartilhamos olhando os números a nossa frente. São técnicos, racionais, práticos e criteriosos, porém são a “balança” para avaliarmos se estamos alcançando o alvo ou não.



3 - É importante acertar o alvo?

O apóstolo Paulo, registrou no capítulo 15 verso 22 do livro de Romanos que entre Jerusalém e Albânia já não tinha mais trabalho para fazer, pois já tinham alcançado toda a região com o Evangelho. Por que? Porque haviam trabalhado arduamente para levar a Palavra do Senhor a todos os seus habitantes.

Isto nos faz lembrar de dois casos práticos:

“O marinheiro que não sabe para onde vai qualquer porto que aportar está bem.”

O outro sobre certo atirador que causava certa admiração aqueles que viam a precisão de seus tiros: todos acertavam o alvo.

Certo admirador quis surpreendê-lo. Levantou bem cedo e foi observar o atirador. E escondido viu que ele atirava nas árvores e depois circundava o local acertado para fazer parecer que havia acertado o alvo.

Quantas vezes agimos da mesma maneira e acreditamos que estamos acertando o alvo!

É que estamos exportando o modelo brasileiro de missões para toda a América Latina usando o exemplo de nossas igrejas e organizações missionárias. Infelizmente, de fato, não estamos alcançando o objetivo de levar as boas novas aos não alcançados, não completamos a tarefa. Exportar o quê? E o que dizer dos missionários enviados que sem treinamento levam apenas a religião cristã para os povos e por desconhecerem não pregam o Evangelho do Reino?



4 - O desafio brasileiro


Somente no Brasil temos mais de 150 tribos indígenas sem nenhum obreiro.

Como podemos tomar conhecimento disto sem suspirar diante da realidade de que possuímos aproximadamente 300.000 igrejas evangélicas em nossa pátria? Mais de 99% delas não possui sequer um missionário transcultural. E a esgamagadora maioria não sustenta nem sequer um missionário para povo algum.

Somos a terceira maior igreja no mundo!

Convivemos com as notícias de um exemplo clássico brasileiro: o grave problema do infanticídio entre os povos indígenas. E daí? A maioria das igrejas indiferentemente nem perguntam.

Que alegria no meio deste deserto de indiferença poder ouvir pelo menos uma uma voz que tem se levantado para combater este grande mal.

Marcia Suzuki está à frente da ATINI que produziu o documentário Hakani mesmo tendo sofrido e ainda sofrer uma grande oposição de vários políticos liberais que crêem que não se deve mudar tal quadro, porque entendem que infanticídio entre índios é assunto antropológico. Para Deus é assunto que a Cruz de Seu Filho resolveu. Jesus morreu por todos os povos indígenas e eles precisam saber disto. Será que a igreja brasileira não sabe?



Temos que interceder por uma abertura para que estes povos sejam alcançados. A FUNAI não tem permitido a entrada de obreiros. Devemos lembrar que não existem portas fechadas para o Senhor quando oramos especificamente.

Vou repetir: Mais de 99% das igrejas no Brasil não possui um missionário transcultural. E a cada dia deparamos com uma grande e crescente dificuldade de recrutar um missionário transcultural no meio evangélico. Quando um candidato se apresenta, o maior desafio torna-se os recursos para o treinamento apropriado, envio e acompanhamento no campo. Suas igrejas não se envolvem quando não poucas vezes seus líderes lamentam a perda de seu membro.

5 - Cooperação x Competição

Por outro lado, quando deveríamos ver as agências missionárias se unindo para lutar contra o inimigo comum, temos visto várias agências desesperadas competindo por obreiros e buscando os mesmos em outras organizações que deveriam ser parceiras. Algumas agências denominacionais conservadoras estão buscando obreiros pentecostais treinados devido à grande carência de obreiros preparados.

6 - Modismos brasileiros

Como brasileiros apreciamos os modismos tais como: músicas contemplativas, danças, teologia da prosperidade, quebra de maldição hereditária, celebridades gospel e outros movimentos, implantados em nossas igrejas. Estes modismos têm drenado todos os recursos econômicos, tempo e pessoas. Pouquíssimo tem sobrado para a obra missionária. Fato é que infelizmente estes movimentos nunca vêm acompanhados de uma visão de alcançar os menos evangelizados da terra com a Palavra do Senhor. Como poderia se tudo é voltado para nosso próprio conforto, sucesso, riqueza e bem estar?

A realidade pobre é que a média de investimento por crente na obra missionária transcultural é de apenas R$ 1.30 por ano.

Todas estas tremendas aberrações precisam parar. Precisamos urgentemente de um avivamento missionário que inflame nossas vidas e sopre para longe a apatia, indiferença, comodismo, egoísmo, avareza e incredulidade. Que expulse esta letargia espiritual.



O remanescente precisa se contrapor com uma nova atitude! Como os nobres bereanos que eram pensadores, questionadores, que checavam os ensinos paulinos com as Sagradas Escrituras. Por isto foram elogiados pelo doutor Lucas, escritor de Atos. De fato, foram elogiados pelo próprio Espírito Santo. É preciso analisar pela Palavra se toda esta teologia, prática de igreja, etc realmente confere com as Escrituras. No coração de Deus pulsa alcançar os perdidos em toda a Terra. E que igreja é esta que diz que prega e crê na Palavra, porém não a pratica. Principalmente no que diz respeito a fazer discípulos de todas as nações.

7 - Preletores dos Congressos missionários

Há um elitismo quando alguns acadêmicos são os escolhidos para trazerem as reflexões em nossos congressos. Alguns deles são pastores, mas as igrejas que pastoreiam não têm um programa missionário transcultural. Outros chegam a criticar alguns projetos missionários sem ter nenhuma experiência missionária. São apenas teóricos alienados da realidade missionária.

A maioria dos congressos missionários pentecostais nada falam dos desafios missionários e a maioria dos preletores não tem nenhuma idéia dos desafios dos povos muçulmanos, budistas, hindus, tribais e o grande desafio das milhares de línguas que nada tem da Palavra de Deus, além da importância do treinamento específico, logística e estratégia e cuidado missionário.

Esqueceram que os verdadeiros avivamentos sempre eram acompanhados por uma grande visão missionária.



8 - Indiferença de alguns e desonestidade de outros

A indiferença é tão grande que há muitos casos de missionários que compartilham nas igrejas seu trabalho e visão. As ofertas são levantadas para o sustento dos missionários e não são entregues a eles ou somente e entregam uma pequena parte. Mentira. Furto descarado. Misericórdia, Senhor Jesus!

O mesmo ocorreu no tempo de Neemias quando os quinhões deixaram de ser dado aos obreiros da casa do Senhor e cada um deles fugiu para os seus campos.

Então a voz de Neemias ecoou: - “porque se abandonou a obra de Deus?”.

Como resultado da voz profética do líder, a nação de Israel foi desafiada a trazer de volta os dízimos dos cereais. Então os celeiros se encheram e como resultado os obreiros voltaram para trabalhar na casa do Senhor.

Há um pensamento, quase generalizado, onde se estereotipa o missionário como um “ET” que deve ir para o campo sem o apoio ou a retaguarda. É como o caso de Urias que foi enviado por Davi para o “Front da batalha”. Sim, Davi que estava em pecado! Davi pediu para tirar a retaguarda de Urias e o resultado foi a morte de um inocente.

Se algo não for feito a tempo para levantar os recursos dos obreiros deste século 21 veremos a morte da visão missionária transcultural nesta nação, como tem ocorrido em vários países do hemisfério norte.

Estamos cometendo o pecado da omissão. Não é isto que Tiago disse? Aquele que sabe fazer o bem e não o faz está pecando?

Exemplo do remanescente a ser imitado


A Segunda Igreja Batista de Itapeva – Mauá – periferia de São Paulo, com aproximadamente 160 membros investe no sustento de três missionários. Enviou recentemente seis candidatos para o treinamento do Projeto Uniasia. O próprio filho do pastor inclusive.

O coração deste pastor ainda continua apaixonado pelo Senhor e pela extensão de Sua obra até os confins da terra.

Se cada igreja no Brasil enviar somente um obreiro para treinamento para ser enviado aos povos não alcançados iremos ver uma revolução missionária no mundo.

O que devemos fazer para reverter a situação?


Algo precisa ser feito. E de um modo diferente. “É loucura esperar resultados diferentes se continuamos fazendo a mesma coisa”.



O que dizer de empresas e negócios que poderão ser levantados para gerarem recursos para a Obra? O que dizer de levantar homens de negócios para abrirem empresas em alguns destes países não alcançados para empregarem missionários brasileiros competentes que possam gerar seu sustento enquanto fazem discípulos nestas nações?

Isto nos faz lembrar da famosa frase de Martin Luther King Jr, pastor batista americano que viveu que nos anos 60. Ele via os negros sofrendo um preconceito racial terrível onde não podiam estudar nas mesmas escolas, andar nos mesmos ônibus, comprarem nas mesmas lojas e freqüentarem os restaurantes dos brancos.

Ele disse: “Esperar que Deus faça tudo enquanto nós não fazemos nada. Isto não é fé é superstição”.

Somente unidos para mudar o quadro

Entendemos que é hora de unir as forças. Criar uma sinergia entre as igrejas missionárias e as organizações missionárias.

Há algumas décadas atrás a extinta revista Cruzeiro possuía uma página, sobre a direção de Péricles, onde o personagem era o “Amigo da Onça”.

Nesta página havia um quadro que mostrava dois cavalos no meio de um curral, amarrados com uma corda bem curta. Nos cantos havia grama, mas cada um queria comer no seu canto, e eram limitados pelo tamanho da corda.

No quadro seguinte mostrava os dois lado a lado comendo juntos num dos cantos e no outro quadro também lado a lado comendo no outro canto.

A moral da história é que a unidade pode fazer que ambos possam comer.



Associamos isto com o quadro atual. Devemos nos unir para mobilizar, recrutar, treinar, enviar, sustentar e acompanhar o remanescente. Juntos para despertar os que estão inertes, omissos e indiferentes a causa de alcançar os esquecidos e negligenciados pela igreja no mundo.

O Senhor nos entregou a tarefa de fazer discípulos de todos os povos. Desde o momento que Ele disse isto já passaram dois milênios. Há muita terra ainda há para conquistar.

O grande desafio global:

- Há 24.000 povos no mundo e ainda faltam 6800 para serem alcançados.

- Há 6.909 línguas no mundo e 2.432 delas não têm nem uma porção da Bíblia.

- 85.000 morrem a cada dia sem nunca terem ouvido nada de Cristo.

- 500 milhões de chineses que nunca ouviram nem o nome de Cristo.

- Das 600 mil cidades e vilas da Índia 500 mil delas não possui um obreiro cristão.


- Há somente um missionário para atender a 380 mil muçulmanos.


A oração específica pode mudar o quadro

É claro que a resposta está na oração por obreiros para os povos não alcançados e pelas nações, pois Ele é o dono dos obreiros e das nações.

A Bíblia nos ensina a rogar ao Senhor da Seara por obreiros e a pedir nações por herança.

Temos orado por homens. Entre os não alcançados há duas mulheres missionárias para um homem missionário. É cômico pensar que os homens possam estar orando assim: - Eis me aqui, envia minha irmã.

Somente um grande avivamento espiritual e uma volta a Palavra de Deus é que fará que pastores e igrejas peguem a visão missionária mundial.







Nós temos produzido literatura e vídeos para municiar os intercessores a orar com sabedoria por obreiros, recursos e oração para os lugares menos alcançados da terra. Acabamos de disponibilizar cinco documentários de muçulmanos que tiveram sonhos e visões com Jesus e se converteram. Eles encorajam os crentes como são usados para evangelizar, pois ao final de cada um há um convite para tomar uma decisão ao lado de Cristo – ver o site: http://www.agoraleia.com

O nosso desafio vem da Ásia

No final de 2008 recebemos um desafio no Congresso Brasileiro de Missões realizado em Águas de Lindóia. Ao orarmos sobre este desagio entendemos que era clamor vindo do Senhor. Respondemos com o “sim” para levantar em 2.010 um contingente de 120 jovens para serem treinados para a Ásia.

Desenvolvemos o projeto avaliando a atual realidade brasileira. Para alcançar o objetivo prontificamos receber os candidatos com um terço do sustento e para cobrir o restante prometemos levantarmos juntos em mobilizações.

Louvamos a Deus pela parceria ampla que foi feita com um pessoal da Ásia. É uma região com a maior população do planeta, com a maioria dos povos menos alcançados pelo Evangelho, com a maior quantidade de línguas sem sequer um vercículo da Bíblia traduzido. É o centro dos três maiores blocos religiosos depois do cristianismo: islã, budismo e hinduísmo.

E a equipe de logística e estratégia, oito pessoas, foi enviada no final do ano passado... Um pequeno mas decisivo começo.

Neste início de ano recebemos 40 jovens de diversos estados e denominações diferentes. Alguns deles com cursos universitários e cursos bíblicos: um deles com curso bíblico, outro quinto semestre de direito, outro quarto semestre de pedagogia, além de outro que tinha um emprego - primeiro de concurso nacional do IBGE. Este último vê neste projeto uma oportunidade para ser um tradutor bíblico.

Ainda continuamos mobilizando em diversos estados brasileiros arduamente para levantar mais obreiros para a Ásia...

Recebemos os candidatos com um Salário Mínimo (R$ 510,00) mensalmente e estamos trabalhando juntos com os candidatos, pastores e internacionalmente, para levantar os outros dois salários durante o treinamento.

O projeto é de sete anos. Os candidatos passam dois anos na América Latina e país de língua inglesa. Os cinco anos restantes em universidades da Ásia.

O projeto proporcionará ao candidato, a oportunidade de ter uma formação bíblica, Missiológica, transcultural, formação universitária no exterior, língua inglesa, espanhola e uma língua asiática.





Quero convidá-lo agora para se unir conosco para ajudar a mudar este quadro nacional e global, na esperança de vermos o nome de Jesus ser conhecido, enaltecido, glorificado e adorado entre todos os povos, línguas, raças e tribos da terra.

Clamando por misericórdia, sabedoria e Graça do Senhor para fazer a vontade do Mestre.