quarta-feira, 20 de outubro de 2010

2º Parte do Estudo Seres Espirituais Criados.

ANGELOLOGIA
2ª PARTE
Rev. Dale Robson Silva.

INTRODUÇÃO– Angelologia [Do gr. Angelos, mensageiro, enviado; E lógia, estudo ou tratado racional] Parte da teologia sistemática que se dedica à doutrina dos seres angélicos. Inclui-se, nesta doutrina, o estudo da origem, função, classificação e caráter dos anjos.
Como vimos na introdução, a designação, anjos – seja “mal´ak” do hebraico do Antigo Testamento ou “angelos” do grego do Novo Testamento – significa “mensageiro”.

I - SUA EXISTÊNCIA - As mitologias de quase todas as nações antigas falam em tais seres. A mitologia babilônica pintava-os como deuses que transmitiam mensagens dos deuses aos homens. A mitologia grega e romana tinha seus gênios, semideuses, faunos, ninfas e náiades, que visitavam a terra. Hesídio, depois de Homero o poeta grego mais antigo, escreveu: “Milhões de criaturas espirituais andavam pela terra.” No Egito e nas nações orientais acreditava-se em tais criaturas sobre-humanas e invisíveis. Essa crença é quase universal. As mitologias são ecos débeis e distorcidos de um conhecimento primevo comum possuído pela raça humana.
Do Gênesis ao Apocalipse os anjos de Deus são mencionados com destaque; 108 vezes no Antigo Testamento (Sl 68.17; 104.4; Dn 8.15-17) e 165 vezes no Novo Testamento (Mt 13.41; 18.10; Mc 8.38; Lc 22.43; Ef 1.21; Hb 1.13; 1 Pd 3.22; Jd 9; Ap 12.7; 22.8,9). São vistos por toda a história sagrada. Suas atividades no céu e sobre a terra, no passado, são registrados em ambos os Testamentos, como também suas futuras manifestações são profeticamente reveladas.
Os anjos não existem desde sempre; fazem parte do universo que Deus criou (Ne 9.6; Sl 148.2,5). O apóstolo Paulo nos diz que Deus criou todas as coisas, “as visíveis e as invisíveis” (Cl 1.16).
As escrituras por vezes usam outros termos para denominar os anjos, como “filhos de Deus” (Jó 1.6; 2.1), “santos” (Sl 89.5,7), “espíritos” (Hb 1.14), “vigilantes” (Dn 4.13,17,23), “tronos, soberanias, principados, potestades e poderes” (Ef 1.21; Cl 1.16).
Diante de tantas evidências, concluímos que, a Escritura Sagrada não faz nenhuma tentativa deliberada de provar a existência dos anjos, mas a assume de capa a capa, e em seus livros históricos repetidamente nos mostra os anjos em ação. Ninguém que se incline diante da autoridade da Palavra de Deus pode duvidar da existência dos anjos.

II - A CRIAÇÃO E O MODO DE EXISTÊNCIA DOS ANJOS - Nas escrituras não encontramos nada além de pistas. Precisamos nos resignar com o fato de Deus não nos ter dado muita informação sobre o momento da criação dos anjos. Especular sem claras informações Bíblicas nos parece inútil. No entanto, em Êxodo 20.11 lemos: “Em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou”. Logo pressupomos que os anjos foram criados até o sexto dia da criação, pois, de acordo com Jó 38.4-7, “rejubilavam todos os filhos de Deus quando Ele lançava os fundamentos da terra….”.
Os anjos não são sujeitos à morte ou qualquer forma de extinção; não se casam nem se dão a casamento (Mt 22.30), entretanto, eles não diminuem como também não aumentam.
A morada dos anjos é igualmente um assunto definitivo de revelação. Essa vasta ordem de seres espirituais com todas as suas classificações tem morada e centros fixos para as suas atividades. Pelo uso da frase “os anjos que estão no céu” (Mc 13.32), Cristo definitivamente assevera que os anjos habitam as esferas celestiais. Paulo escreve: “ainda que um anjo do céu” (Gl 1.8). Nos lugares celestiais, conforme a carta aos Efésios, estão os principados e as potestades, um exército inumerável de anjos. Deus os criou, e os fez espíritos e os revestiu de corpos adaptados à sua natureza espiritual, mas também lhes atribuiu lugares de morada. É também significativo e importante que a frase “o exército dos céus” pode ser entendida tanto como estrelas quanto como exércitos de anjos; “o Senhor dos exércitos” tem também esse significado duplo, pois Ele é o Senhor das estrelas e o Senhor dos anjos.

III - O NÚMERO DOS ANJOS - A alusão ao número dos anjos é um dos superlativos da Bíblia. Eles são ali descritos como multidões “que nenhum homem poderia contar”.
Cito aqui o Dr. Cooke, onde ele reúne o testemunho Bíblico sobre o número de anjos: “ Ouça o que Miquéias (1 Rs 22.19), Davi (Sl 68.17), Eliseu (2 Rs 6.17), Daniel (Dn 7.10), Lucas (Lc 2.13), Jesus (Mt 26.53) e João ( Ap. 5.11).
Se esses números forem tomados literalmente, eles indicam 202 Bilhões; todavia, eles são somente uma parte do exército celestial. Por isso, em Hebreus 12.22 lemos não a respeito de qualquer número limitado e definido, conquanto grande, mas de “miríades de anjos”.

IV - A NATUREZA DOS ANJOS - Ao aceitarmos o fato dos anjos, naturalmente desejamos saber em seguida algo mais a respeito de sua natureza. Este assunto é uma questão de revelação e não de especulação filosófica. Observamos que:

1) SÃO SERES CRIADOS – Os anjos não são seres eternos como Deus, nem auto-existentes, porém criados (Sl 148.2,5).

2) SÃO SERES ESPIRITUAIS – Os anjos, em sua forma comum, são espírito sem corpo físico. Isso, entretanto, não nega a possibilidade de sua materialização (Hb 1.13,14; Ef 6.12).

3) SÃO SERES PESSOAIS – Aos anjos são atribuídas características pessoais; são inteligentes, dotados de vontade e atividade (2 Sm 14.20; 2 Tm 2.26; Ap 22. 8,9; 12.12).

4) SÃO SERES QUE NÃO SE CASAM – Não se casam nem se dão em casamento. As Escrituras em parte alguma ensinam que os anjos sejam seres assexuados. O ensino que infere das Escrituras é que o “Gênero”, na ordem angélica é masculino. Essa inferência se baseia no uso de pronomes do gênero masculino em referências aos anjos. Os nomes dos anjos são poucos e limitados nas Escrituras, mas, os que são dados parecem ser nomes masculinos. Notem-se o seguinte: Gabriel, Miguel, Satanás, Abadon (Dn 8.16.17; Lc 1.12,29,30; Ap 12.7; 20.1; 22.8,9).
As Escrituras, não obstante, ensinam que o casamento não é uma ordem ou um plano de Deus para os anjos.

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